terça-feira, 30 de agosto de 2011

Gypsy


            - Minha pequena pedinte, eu sinto suas correntes que buscam minhas mãos. Eu sinto seus seios, e seu pequeno tamanho... e esqueço da minha dor. Eu sinto em seus lábios um odor de febre, de uma criança faminta. E sobre os seus toques, eu sinto uma embriaguez que me destrói.



  
       Era uma menina. Os cabelos enrolados pulavam em suas costas conforme se deixava levar pelo ritmo da música instrumental, as mãos segurando a barra do vestido enquanto mexia os quadris em forma de oito. Não era a mais jovem daqueles, porém a ultima a nascer na família. Na pele, alguns desenhos feitos a tintas permanentes e agulha – a lua cheia por entre as nuvens ficava um pouco acima do cós, nas costas. No umbigo, o pircing perfurava a pele, delicado, mas visíveis por suas pedras. Não abria mão das pulseiras barulhentas conforme a movimentação de seu corpo, os véus leves moldando-lhe os vestidos feitos a mão. Moravam num campo grande, aberto, as cabanas feitas de madeira de acordo com as condições de cada família Gypsies. E apesar de toda a harmonia entre o grupo, ela queria mais. Conhecer novas culturas, novas pessoas, novas ideologias! Penélope queria o mundo! 


Por A. Sade

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