quinta-feira, 3 de novembro de 2011

True Colors ...


Havia um arco-íris todo em preto e branco, e este cobria toda a terra, enegrecendo o coração dos homens, tornando-os sem cores... Sem íris. Seus pinceis estavam quebrados, e aqueles que o concertavam eram seres tão antigos que já haviam se tornado lenda. As nuvens eram pesadas, o sol era frio e nenhum pingo de chuva lhes caía sobre a face para lembra-los da importância de se estar vivo. Visto de longe, o mundo parecia apodrecer. Dentre robôs negros, controlados por fios – como marionetes – ela caminhava em pés descalços. Por mais velha que fosse a terra, só agora enxergava. O que ninguém sabia era que tinha um tesouro. E ninguém podia roubar-lhe. Não se parecia com ouro (este agora tão sem valor como qualquer pedra), não se parecia com nada (e o nada reinava em terras tão tristonhas). Apenas sorriu... Como deixa-se levar, menina. Como inventas palavras e significados e histórias que colorem suas mãos, seus dedos magricelas. E como tinta, começara a pintar. Dava cores ao arco-íris, soprava as nuvens e aquecia o sol num abraço. Mas como é estranho, menina! As pessoas são as mesmas... Será mesmo que só você vê?

Por A. Sade
Numa Quinta feira enevoada, após encontro com amigos.

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