segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mais uma vez...

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          Dedico esta página exclusivamente a ele.
           Ele me fez falar, mas não creio que seja verdade... Só queria não estar perto o bastante, assim não veria em seu rosto a decepção. Eu não mudaria, mas tarde demais ele percebia isso. Ele também falou, mas não creio que seja verdadeiro. Nos esquecemos os lados, nos esquecemos das marcas e de onde nossas varinhas estão posicionadas. Nos esquecemos do que falariam se soubessem e apenas nos deixamos levar. Mais uma vez.
         Foram três vezes. Na primeira, ele não fez questão de relutar... Eu o fiz, mas nunca fui forte o bastante para brigar com ele. Quando percebi havia abandonado meu posto e estava dentro daquele quarto, sujo, cheirando a mofo. Nua, seu corpo por cima do meu, e quando isto acontece, todos os meus sentidos se perdem. Mas me sentia tão viva...
           Na segunda vez foi em meio a socos e beijos. Brigamos, ele me jogara na cara o quanto sou mesquinha, egoísta. Disse que não me importava, e de verdade não me importo. Falou que sou fria, que com minha pouca idade, consigo ser pior do que qualquer homem que já conhecera, e eu ri. Ri de suas comparações idiotas, ri de como estava bravo comigo e com razão. O riso sempre fora minha forma de defesa mais eficaz, mas com ele nunca funcionou. Quando transamos, ele deixou toda sua raiva transparecer em suas estocadas, fortes e rápidas. Não me olhava, puxava meus cabelos, me apertava forte contra a parede fria, suas expressões mais doloridas do que as minhas. Eu reagia como podia, arranhando-lhe as costas, fazendo-o sangrar, mas sabia que no fundo ele tinha razão. Ele ainda tem razão. E quando acabou, havíamos destruído metade do quarto.
       Na terceira vez... Queria não ver seus olhos, eles me desarmam. Suas palavras me soavam fortes. Nem minha mãe em meio a lágrimas e súplicas me fizera sentir tanto, então, por que ele? Me fizera dizer o que não era verdade. Estamos em lados diferentes, temos ideais diferentes, sangues diferentes. Deveria odiá-lo, mas ele me fizera chorar... Mais uma vez. Ele me abraçou quando estava de costas, me fez sentir mais uma vez nossos corpos juntos, nossas almas novamente entrelaçavam-se sem nenhum ato profano. E depois disso, não era apenas o prazer, o pecado da carne. Fazer amor... A penetração foi lenta, mas nunca me senti tão bem. Era suave, os olhos agora ligados, os corpos unidos em espírito, e ambos estavam bem. Não mais pensava em lados opostos, na guerra que estaria por vir, só queria que tudo durasse para sempre. E entre gemidos, ele me fez dizer...
          Ele também disse que me amava. Disse mais naturalmente, não relutou para dize-lo, não havia duvidas em suas palavras. Nas minhas também não. Apenas as disse, num som rouco misturado a mais sons involuntários, e meu Deus, como agora queria não ter dito de verdade, como queria que tudo fosse um sonho.
         Logo haverá uma guerra, nossas varinhas novamente entraram em conflito. Toda a noite se perderá em meio a clarões de feitiços, e tudo o que agora me corre por entre as veias, quente, não passará de nada. Ele me fez dizer, mas não queria que fosse real. Mas é real.
           A noite poderia durar para sempre...
           Ah, Fred...

(Relato de Elizabeth C. Ravenclaw)

Por A. Sade

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