terça-feira, 26 de julho de 2011



       caminhava por entre o castelo de cartas de baralho, a torre erguia-se simples num Ás de copas. Nos pés, as meias coloridas vinham-lhe até os joelhos, era apenas com que estava vestida. Na estrada de terra azul, encontrara amigos com os rostos cobertos, mas as máscaras eram as menores do mundo, resumiam-se em narizes vermelhos. Encontrara amigos transparentes, mas suas cores eram tão fortes que não podia afastar-se. Amigos feitos de letras. E quando em cima do picadeiro, os trotes à cavalo traziam em cima de seu dorso um homem menino, os cabelos de anjo, um sorriso que lhe tomou. As estrelas aplaudiram, deixando o brilho recair-se sobre ela... e o céu oferecera-lhe o arco-íris. E todo o sangue que manchava sua face, caindo de seus olhos, não lhe traziam mais dor. A gigante, maior do que todas as criaturas da terra, maior do que todos os seres do céu, aproximara-se então e assim tomou o sangue para si, assim como tomaria as cores que lhe foram dadas. E borrando uma folha velha de caderno,escreveria sua história.

Por A. Costa

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